segunda-feira, 30 de maio de 2011

ADN Vencedor

Este é o meu primeiro post relativo ao Universo Futebolistico Português e provas Europeias, e o timing não poderia ser melhor, estamos no final do época futebolistica 2010/11.Em termos nacionais, esta época apesar de totalmente dominada pelo azul e branco do clube do Dragão, merece ser escalpelizada, pois tem explicações e motivações de interesse analítico.Desde já, assumir que o meu clubismo (Portista convicto) não me retira aquilo que considero ser, a tentativa de análise o mais imparcial possivel, vamos vêr se consigo tal desiderato.Quem não conhecesse a cultura Portista, pensaria no final da época transata, que estávamos perante uma mudança de ciclo.O Benfica apesar da manifesta influência dos casos dos "tuneis" havia de facto angariado crédito de ter jogado bom futebol e apesar de na minha opinião, ter recebido criticas  de louvor,exageradas face a uma época em que um Porto menos efectivo e acrescidamente enfraquecido pelos castigos da Luz, não foram o melhor barómetro de um Benfica cuja vontade de ter sucesso é proporcional ao sucesso e insucesso, isto é, quando perdem é o fim do Mundo, quando ganham já são candidatos a vencer a Champions League.
Para os lados da Luz não se soube gerir nem lêr o sucesso da época anterior, bastava lembrarem-se e irem vêr a história recente para perceberem que as duas ultimas décadas do F.C.Porto são marcadas por ciclos de vitórias, interrompidas por alguns anos de insucesso momentâneo, para logo em seguida serem retomados os trilhos das vitórias.A estratégia de verem um Porto pela 1º vez em muitos anos na Europe League, vendendo 2 esteios da equipe de Jesualdo (Bruno Alves e Raul Meireles) vendidos, foi para o Benfica um sinal de fraqueza, não sabendo lêr os sinais da História Portista, quando o tombo é maior, maior é a recuperação (vidé 2003/04 pós Octávio, com Mourinho).O recrutamento de um noviço (André V.Boas) face ao grande mestre das tácticas (mais uma vez o Benfica vai do 8 ao 80) não percebendo que por muito q o Benfica tivesse entusiasmado em alguns jogos do ano passado, não se impuseram na Europa, e internamente aquilo q chamaram uma época de "rolo compressor" redundou a ganharem o campeonato na ultima jornada, e não conseguirem descolar de um Braga que por muito q tenha crescido, na minha opinião, ainda não tem estofo para em circunstâncias normais ganhar um Campeonato Português.A prova de tudo isso, surgiu logo no inicio da temporada, com a Supertaça, e nem foi tanto pela vitória do Porto, mas pela esmagadora superioridade de uma equipe, que acabava de contratar um novo treinador, e que na sua constituição inicial apenas tinha uma novidade- João Moutinho.O sinal estava dado, mas o Benfica nem assim, abriu os olhos, e preferiu achar que havia sido apenas um jogo, e q o rolo compressor voltaria.
Não voltou, e apesar de após um inicio desatroso ter recuperado e feito uma dezena de jornadas em bom nivel ( não em fantástico nivel como muitos acharam) o Benfica, foi durando a pilula do "dia seguinte" evitando a gravidez prematura de algo que era evidente para analistas isentos da nossa praça- é que o Benfica confunde jogo trepidante e de vertigem contínua, com futebol competitivo.A verdade é só uma, o Benfica servia de modelo interessante apenas para equipes do campeonato nacional de média qualidade, acima dessa média, o futebol trepidante e de vertigem mostrava-se de um romantismo trôpego e de um idealismo quebrável ao 1º confronto realmente sério ( vidé competições europeias).
Na minha opinião, esta era uma época crucial para afirmação do Benfica e sustentação de uma politica de risco máximo que L.F.Vieira encetou nos ultimos anos, com um investimento record, o qual funcionou na época passada como "fuga em frente" em que face aos problemas de tesouraria e de déficit astronómico(mais de 300 milhões)  resultou bem ( o sucesso desportivo é sinónimo de receitas na champions e vendas), mas agora será tempo de pagar o acumulado de investimentos e contratações fortissimas das ultimas épocas ( Aimar, Saviola, Roberto, cardozo,Javi Garcia etc) é bom lembrar que as vendas de David Luiz e Ramirez e Di Maria apesar de optimos negócios, não foram encaixes totais, pois percentagens significativas ou haviam sido alienadas anteriormente, ou não estavam na totalidade na posse do Benfica, assim, prevejo um defeso muito complicado para L.F.Vieira e seus pares.Por outro lado, o F.C.Porto, mostrou uma vez mais a estratégia acertada ao longo dos ultimos anos, de alinhavar seus planteis ao longo de ciclos onde se montam estruturas de planteis fortes, mas onde sempre se é obrigado vender 2 ou 3 jogadores para equilibrar as contas. No entanto, Pinto da Costa percebeu e teve memória de que há sempre um ou outro ano de excepção na estratégia, em que se o clube pretende ir longe na Champions e potênciar vendas no ano seguinte (vidé 2004) tem que manter a estrutura apenas com pequenos retoques.É isso que o clube está a fazer, e na minha opinião, muito bem.Vender um ou dois jogadores, desde q não pilares da equipe, é boa estratégia, e falta saber se Vilas Boas deixou indicações de necessidade de colmatar uma ou duas posições, que a meu vêr, faltam para o time do Dragão ser quase "perfeito" uma boa opção de lateral direito e uma 2ª alternativa a Falcão, se definitivamente o treinador não confiar em walter ( eu gosto muito deste jogador mas admito q lhe falte alguma agressividade e competitividade, apesar da qualidade estar lá), o posto alternativo a Hulk está encarregue a Iturbe ( acho q é a opção para uma futura venda do Incrivel) e no meio campo há opções suficientes a mais com a chegada de outra pérola Kelvin.Faltará talvez um lugar de extremo direito como alternativa á saida de Mariano Gonzalez. Apenas estou curioso, para saber qual a alternativa a uma possivel saida de Fernando, pois não me parece q a equipe ganhe com o recuo de Guarin ( a maior evolução da época no porto), a volta de Prediger, não me convence, apesar de vários exemplo de recuperações de jogadores q inicialmente não vingaram no Porto.
Como tudo q é bom na vida, acho q só se terá noção da época histórica e feitos deste F.C.Porto daqui a vários anos, mas de facto, duvido que se pudesse idealizar nem em sonhos uma época quase perfeita, e um argumento ( ganhar 5-0 ao rival da 2ª circular, ganhar o campeonato na Luz ás escuras, recuperar inacreditávelmente na 2ª mão da taça novamente no reduto das águias) invencibilidade no campeonato, ganhar a Liga europa pela 1ª vez jogando 2 clubes Portugueses, de facto ... only in dreams
No plano internacional, a Espanha bipolarizou as atenções com o duelo de gigantes Barça Real, mas na verdade era um duelo q apesar de equilibrado nas finanças e poderio, estava condenado desde inicio, por algo que ainda permite q o dinheiro não seja tudo em Futebol, a organização, estrutura de um modelo de jogo e habitos e rotinas de jogo, e se no aspecto organizativo Mourinho ainda conseguiu, como era de esperar pela sua competência, equilibrar, já quanto ao modelo de jogo e habitos e rotinas de jogo, o jogo estava perdido desde inicio, e depressa e bem, não há quem,a mais, havia algo desde inicio de contraproducente na ida de Mourinho para um clube como o Real Madrid, mourinho tem adn de luta, polémica, detalhe, politica de comunicação agressiva, e o Real não tinha nada disto, era a imagem da aristrocacia (representada por Valdano) a qual defende q o Real tem q se alhear de criticas a arbitragens, que o Real é superior a mundanismo e não se deve envolver em picardias pouco próprias de clubes de sangue azul... Acredito q Mourinho ainda lutou contra o seu ADN no inicio, mas isso custou-lhe o massacre dos 5-0, e depois, disso, voltou a ser fiel a si, proprio, ganhar 1º, espectáculo depois.
A época não foi desastrosa, nem má, mas a próxima já não tem desculpas, será que um Clube da grandeza do Real Madrid se vergará ao conceito Mourinho? já há um lobby contra Mou, á espera do 1º deslize para atacar á garganta do Português.Há muitas ironias e coincidências entre o modelo espanhol e português, no próximo post falerei sobre isso....

domingo, 29 de maio de 2011

Novo Marketing de rosto humano- ser natural

Não tenho por hábito nem por gosto ser fatalista e pessimista, mas quem me conhece sabe que estou desiludido com a fase porque passa o nosso País,e nem tem a vêr com a propalada crise, mas sim com a evolução dos ultimos dez anos, do nosso estado de alma.Tenho saudades dos tempos em que se dizia que Portugal era o País mais acolhedor da Europa, hoje seria uma frase feita sem sentido, mas mais, para quem cá vive, e na trepidação do florescimento económico pós entrada para a CEE na década de oitenta e cimentada numa modernização do País na década de noventa, nos fizeram crêr que estavamos a caminho do pelotão da frente e que podiamos tudo.
Nesse frenesim da vivência de um capitalismo desenfreado, e de um materialismo sem freio, fomos perdendo a noção que a vida é muito mais que ter casa, carro, telemóvel ultima geração, internet de banda larga e roupas de marca, onde ficaram as jantaradas de amigos, o sair pelo prazer de sair com amigos,e não com os grupos de interesse, de uma sociedade que vive hoje por hoje em função dos interesses profissionais e de status social?
Tudo isto, a propósito de um exemplo de um estado de alma do Portugal de hoje que muito me choca e me deixa triste com o meu País.
Numa sociedade actual onde impera a imagem, o marketing q tudo prepara, politicos, artistas e demais, sou do tempo onde apreciávamos as poucas coisas q eram mediatizadas não pela exposição e marketing artificial, mas pela qualidade e sucesso que tais coisas faziam, quer no nosso País ou mesmo no estrangeiro.
Eu como fã de futebol, tive um particular gosto em ter testemunhado a ascensão e o fulgor do primeiro futebolista Português que abriu os horizontes a uma geração já vasta de grandes futebolistas que tiveram grande sucesso no exterior, mas que precisaram que um jovem genial jogador do Montijo tivesse mostrado a nuestros hermanos que seus vizinhos também produziam génios, pós Eusébio.
Muitas alegrias, me deu Paulo Futre quer como jogador do meu clube F.C.Porto, quer como jogador da Selecção, quer como o maior jogador da história do Atlético de Madrid, ainda hoje um autêntico Deus, colchonero.
Numa altura em que não havia transmissões tv de jogos espanhois, apenas resumos de segundos, lembro-me q ficava parado á espera do resumo internacional, apenas para sentir um orgulho enorme em vêr aquele génio á solta e imaginar os espanholitos a dizer, puta madre q Português genial este...
Tudo isto, porque com um hiato de mais de uma década, apenas fui sabendo do Futre por breves noticias do jornais desportivos, de sua experiência de director desportivo, e sem nunca ter sequer, conhecido o Paulo para além das breves entrevistas dadas,mais para a mídia Portuguesa troçar com o "Pretunhol "do Futre, que nunca se coibiu de falar sem quaisquer pudores nem cuidados linguisticos, afinal tinha já de Espanha quase tantos anos, quantos teve em Portugal, mas a certa altura, era mais importante para analistas cá do Burgo, bater no sotaque do espanholito do Paulo, q em apreciarem o prestigio e a veneração q em Espanha tinham pelo "gajo do Montijo".
De repente, há eleições no Sporting e no meio de toda a dinâmica de campanha própria destes contextos, o Paulo Futre dá a já histórica conferência de imprensa, que eu tive a oportunidade de vêr e dizer para comigo próprio, porra este tipo para além de genial futebolista, não é nenhum banana destes cromos da bola, q não dizem "pão", ok, tem uma forma peculiar de expôr as coisas, mas pode ser uma lufada de ar fresco no universo leonino.No dia seguinte, vejos os jornais a net e a tv e de repente vejo o Paulo a ser massacrado, e autênticamente gozado, como o palhaço q não faz ideia do q disse, e q não dizia "uma pra caixa".
Fiquei profundamente revoltado, e indignado mesmo, ok, também porque era um fâ do Homem, mas mais do q isso, sabia que para além da "piada" que resultou a conferência, o conteúdo tinha substrato.Ainda fiquei na duvida se a reacção das pessoas, era mais do fantástico sketch resultante da conferência e da rábula do Chinês ou se era mesmo de gozo e ridicularização do conteúdo, depois de voltar a lêr fiquei com a certeza de q era a segunda opção.Hoje a vida real confunde-se muito com a ficção e vice-versa, e ninguem entendeu a fantástica lição q o outrora puto do Montijo, hoje Homem que apesar de ter amadurecido, não perdeu a sua maior virtude, além da de génio da bola, o ser um PURO, uma pessoa que como dizia a Tina Turner num dos seus hits - What you see is what you get, o Futre havia acabado de mostrar aos Portugueses aquilo q têm que fazer para o País voltar a ser genuino, e a voltarmos a ter alma Lusa, cantada por Camões e q hoje vejo esvair-se numa amálgama de povo sem rumo, sem genuidade e gerido por marketings politicos, marketings estratégicos, que nos trouxe a ideia de Politicos sem sal, que dizem o q politicamente fica bem, empresários q vendem produtos sem qualidade com embrulhos sofisticados mas sem conteúdo.
Como sempre o tempo é o melhor filtro de tudo, e o tempo provou algo por portas travessas, o País rendeu-se á naturalidade do Futre, pode ser q pelas razões erradas (ainda não sei, qual a ideia actual do povo) mas isso, também já não é relevante, o q devemos é reflectir do pq do sucesso dos grandes lideres e pessoas ( não me refiro a produtos de marketing, nem farsas) o povo quer marketing de rosto humano, o povo emociona-se e quer rever-se nos seus lideres, quem fale a sua linguagem, e os Portugueses têm q se reencontrar consigo próprios, e perceberem que o q temos de melhor são os verdadeiros Portugueses, não uns pseudo cidadãos q se acham de 1º mundo e que copiam o pior da cultura ocidental, a cultura do sucesso a qualquer custo, do materialismo desenfreado, do politicamente correcto, do darmo-nos bem de qualquer forma, o exemplo do Paulo Futre é só mais um, mas há muitos outros, alguns que eu nem  gosto e acho de gosto duvidoso, mas são naturais, puros... e isso é cada vez mais importante

sábado, 28 de maio de 2011

Crise é de valores

Como em tudo na vida, há sempre lado bom e mau em quase tudo.Isto a propósito da ultima "metáfora" em Portugal do estado de alma de uma sociedade sem referências e qual catavento, sujeita ás oscilações das têndencias diatadas , por uma critica e mídia sedentas de alarmes sociais dados pelas tecnologias, mas motivando perigosas reacções em função da exposição e não do normal funcionamento das Instituições.
Tudo isto, a propósito da história dos adolescentes que protagonizaram a triste cena de violência entre moçinhas, que foi parar ao facebook.
Entretanto parece que o País inteiro, acordou para uma realidade surpreendente, como de virgens ofendidas se tratasse, então alguém foi apanhado de surpresa, por percebermos q a nossa juventude, está sem rumo, e o fascinio pelo exibicionismo é mais forte que o equilibrio mental? Todos podemos dizer que já em outras gerações, havia situações de imposição da lei do mais forte e umas valentes pancadarias, mas com uma grande diferença, ela não era gratuita, ao ponto de não haver limites, uns socos, tabefes, e pontapés e ficavamos por ai, não havia a situação gratuita, de bater até a exaustão, e pelos vistos por uma honra ofendida q nem era das moçinhas mas do grandão q estupificadamente, exibiu o seu troféu na rede social...
Não podemos, é depois ser hipócritas sociais, achando que isto é o horror dos horrores, q sociedade é esta, q não tem noção do que realmente se passa por ai? depois, criticamos o papel e influência das redes sociais, como se elas não fossem básicamente o espelho do bom e mau da nossa sociedade, no fundo também poderiamos pensar o seguinte- e se esta triste cena não tivesse chegado ao facebook, a situação como muitas outras aconteceriam, mas ninguem saberia, ninguem seria preso( muito grave quando a justiça  actua isoladamente apenas para enviar um sinal, não sendo um castigo aplicável em tantos outros casos), e nada se diria, triste sociedade esta, que reage a "reboque" das reacções algumas vezes histéricas de uma sociedade que caminhou para a indiferença social, e depois reclama de maior solideriedade e consciência...a crise não é e nunca foi só económica, é de valores