sábado, 15 de abril de 2023

Normalidade anormal

Após dois anos de pandemia e um ano de guerra ( Rússia/ Ucrânia) voltei a uma normalidade anormal.
O ser humano passa pelas maiores tragédias e traumas, mas algum tempo depois, volta a viver quase como se nada fosse.
Como escrevi há 3 anos no último artigo que aqui escrevi, a vida também me foi tornando indiferente a coisas traumáticas e nefastas.
Quando o lado pessoal não está bem, mas evoluís profissionalmente, não perdes muito tempo para digerir e lamentar das feridas.
É óbvio que quando és obrigado a parar por alguma razão,a reflexão leva-te onde já estivestes inúmeras vezes antes, talvez com a diferença de estares mais velho, e com mais limitações físicas e percebes que a tendência é piorar,ainda que sejam limitações ainda suportáveis.
Fossem esses os problemas da alma.
Por outro lado percebes que a experiência e vida te melhorou na forma como lidas com adversidade e evolução profissional e empreendedora ganhou nos últimos anos sucessos que não atingia anteriormente.
Ambivalências do pós meia idade.
Há cansaço emocional, mas há uma vitalidade ainda por explorar no campo profissional.
Ter as duas,é ambição assim tão irreal? 
Voltemos à normalidade anormal...

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Fadding away

Assim como existe uma palavra cujo sentimento e tradução só existe no Português ( saudade),também existem sensações, e estados de espírito que são melhor retratados num  "galicismo", do que no Português.

Estou a escrever pela 1a vez desde início da pandemia, época de facto terrível, assustadora, não só pelo confinamento compulsivo a que a população foi vetada, mas essencialmente, pela insegurança, ansiedade e receio por um futuro que se prevê complicado,quer a nível econômico, quer a nível social.
No entanto, desde início e cada vez mais, estranhamente ( ou não), sinto uma calma, um vazio, uma "normalidade anormal".
A maior parte da minha vida "adulta" foi passada sozinho, e apesar de gostar e apreciar essa vida "solitária", obviamente, sinto necessidade de socializar, conversar, ter parcerias de comunicação, convivência.
Há muito que escrevo sobre sentimento ambivalente que o país, região onde vivo me provoca, uma paixão pela natureza,pelo tamanho, singularidades locais, assim como um há muito crescente desencanto com meio humano que me rodeia.
Não insistirei na questão do ressentimento das pessoas com quem lidei, cheguei a uma fase, onde isso já não é relevante, se é só um "karma" conhecer maioritariamente pessoas que me desiludiram ou frustraram, ou não justificaram o meu investimento pessoal, ou se tantos casos, me levam á inevitabilidade de assumir que o problema é meu, e que se a amostra é quase geral, o problema sou eu...fuck it...isso já não me atormenta, é só uma inevitabilidade, um destino ao qual não vale a pena lutar, o que será, será.

O problema não está nesse baixar de bracos á inevitabilidade, o problema está num gênero de Vortex, poço , espiral que parece tolher-me a reação, um gênero de " definhamento inexorável " já nem tento contrariar.

Isto novamente na sequência do confinamento, que muitos classificam de experiência traumática, que lhes servirá para tudo equacionar e mudar no pós pandemia.
No fundo, um " nada será como dantes".
Pois, para mim, não, obviamente muita coisa mudou neste período, também sinto falta de algumas coisas, mas o essencial não mudou muito.
O ambiente q quase sempre me rodeou de indiferença, falta de sociabilidade, só foi reforçado por este período, a ideia de que as pessoas, aproveitariam esta fase para recuperarem contacto com quem não tiveram possibilidade ou tempo, na chamada "época normal" simplesmente não existiu, pelo menos para mim.
Portanto, "tudo como antes no quartel de Abrantes".
E o pior é que o meu sentido de coragem, aventura de experimentar novos ambientes e realidades culturais,sociais e profissionais, é restringido pelo avançar da idade, contextos atuais complicados desses possíveis destinos.
Não quero ser um "vegetal definhando" numa horta cada vez mais deserta de verde esperança, mas as opções vão diminuindo, e a acomodação é um perigo real.
Vou concentrar minhas energias em recuperar alegria de trabalhar no que amo e me motiva diariamente, mas até aí, a vida mostrou-se madrasta ao atingir violentamente com esta pandemia as minhas áreas atividade...
Sinto-me pois, em Português ...a definhar , mas melhor expresso no inglês ..." fadding way"...como uma fumaça de cigarro desfazendo nuvem com o vento...
"Better times will come, i still hope".

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Mundo ao contrário

O Natal provoca em mim sensações diferentes, penso eu,que, das pessoas em geral.
Gosto da iluminação e reunião familiar, mas longe vão os tempos de excitação com segredo das prendas, o ambiente casa com árvore iluminada, e os rituais religiosos.
Ironicamente hoje em dia, o Natal em mim provoca-me uma invariável e fatal reflexão existencial e introspecção típicas da Quaresma mas que eu tenho no Natal.
Eu já escrevi sobre minha relação ambígua com Portugal e minha cidade do Porto, amo Porto nem tanto os portuenses, julguei após período de emigração temporária para o Brasil, que o País e essencialmente as pessoas tivessem evoluído, até porque após o período coincidente com crise e minha saída para Brasil,o crescimento do País e cidade pressuporia um melhor estado de saúde mental.
Lamentavelmente não, pelo contrário, as pessoas estão genericamente ( nunca podemos generalizar mas falo sempre das minhas experiências pessoais) desequilibradas emocionalmente.
Se fosse um exemplo ou dois, mas, ou eu, sou um polo de atração de pessoas desequilibradas ou o problema é meu, que vejo a realidade ás avessas.
Quando pessoas próximas deixam de falar contigo por motivos inversos, o mundo está ao contrário.
Por inverso, explico , ser eu a ter motivos para me chatear e receber em troca afastamentos;
Desde alguém me pedir um favor, de a transportar a uma cidade próxima por estar sem viatura, na véspera á noite, tendo eu q após um trabalho fatigante acabado madrugada, acordar dia seguinte cedo, para levar essa pessoa.Chegado á morada combinada, a pessoa não aparece, não dá satisfação e nem atende chamada minha, e para meu espanto, deixa de falar comigo posteriormente.
Outra pessoa próxima arranjo-lhe um serviço numa época em q a pessoa está desempregada, enquanto eu estou a fazer outro,essa pessoa foi informada que poderia jantar com staff nesse serviço, pois eu havia combinado previamente com empresa catering, preocupado enquanto eu fazia meu serviço ligo para saber como estavam as coisas, e sou informado pelo meu "amigo" que estava a jantar num restaurante próximo porque não esperou pela refeição com staff.
Disse lhe que não fazia sentido pagar lhe essas despesas se lhe havia garantido refeição.Não tenho certeza que terá sido por isso, mas a verdade é que também esta pessoa deixou de falar comigo.
Quando completas triologia , com alguém ainda mais importante e chegado, que sem qualquer zanga ou desentendimento, resolve qual antigo ícone machista portuga, "sai para ir comprar cigarros" e não mais volta ...ficas a pensar que se não tiveres personalidade e estofo, assumes que o problema é teu, pois um acontece, dois até pode ser, três é problema teu.
Como sou alguém que já passou por muito, e sei reconhecer defeitos mas também não engulo responsabilidades alheias, concluo:
Este meio onde vivo, está ás avessas e ironicamente a minha melhor fase profissional e de projetos pessoais, é contrabalançada por definitivamente não me identificar com o cenário social ( genérico, não particular) do meio onde vivo, saudades desse aspecto da vida carioca, mas como não há o melhor de dois mundos, vivamos com o que temos, com personalidade mas consciência ...mesmo que o Mundo esteja ao contrário.

terça-feira, 26 de março de 2019

Dilemas de vida

A vida são dois dias e um já passou, é um chavão que costumo usar, para passar a ideia, que deveríamos mesmo aproveitar o que nos falta de vida, porque nunca sabemos, se amanhã,já cá não estaremos ou adoeceremos e deixaremos de fazer coisas que hoje não valorizamos, mas acharemos fundamentais depois.

O tempo é um punhado de areia que escorre entre nossas mãos, e cabe-nos dosear a rapidez com que deixamos a areia acabar, por exemplo, já não escrevia aqui há mais de meio ano, e fui ver histórico deste meu blogue e artigos catárticos e de auto reflexão, e percebi que já tenho mais de 6 anos de reflexões que têm um padrão, mas evoluíram fruto de algo inevitável...a vida...
Essa caminhada é feita de aprendizados, quedas, e percepção que tu como indivíduo, não tens sequer domínio sobre a tua vontade.

Exemplo disso foi que aquando da chegada aos quarenta, fiz uma auto análise onde defini o que precisava melhorar para me concretizar e melhorar como ser humano na segunda metade de vida.
Foi fácil concluir que eram os afectos que precisavam dominar as minhas prioridades de vida.Dito e feito, achei que era algo dentro das minhas possibilidades de controlo.
Sim, o ter passado a esforçar-me por procurar amizades e afetos e sem dúvida encontrar parceira de vida foi o culminar dessa prioridade.
A vida é como é, e passados alguns anos,esta, quebrou-me, dobrou-me não porque não continue a considerar afetos fundamentais, mas porque como ser humano preciso da interação com pessoas e infelizmente com quem lidei, os afetos são secundários, primeiro estão os desígnios pessoais, as prioridades delas não são as minhas e nesta fase da minha vida um dilema me assola :
Conseguirei persistir nessa minha vontade mesmo quando consecutivamente as pessoas me desiludem? Ou desisto, e vivo como vivi maior parte da minha vida, no meu mundo, percebendo que é tarde demais, e estou cansado de tentar e acabar frustrado, ou encho-me de fé e insisto em acreditar que vale a pena?
Poderia inclusive suspeitar q a culpa é minha e se tal acontece sucessivamente, é porque também tens responsabilidades?
Concerteza que tenho, mas como sempre lutei e lutarei até ao fim, aceitando o que me cabe, não o que cabe aos outros, o dilema continuará, porque a vida já me ensinou que a minha vontade, vale o que vale, e o caminho faz-se ...caminhando...sem certezas que não, a de que tenho mais um dia, apesar do outro ter já acabado...

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

complexo Frank Sinatra

Complexo Frank Sinatra:
Lidar com pessoas à nossa volta e especificamente em Portugal é complicado, sou um critico acérrimo do evoluir da sociedade Portuguesa nas ultimas décadas, o fenomeno das novas tecnologias, internet, redes sociais expõe mais as pessoas, talvez antes sem tudo isto, fosse mais facil não conhecermos o lado negro das pessoas,o que elas pensavam, etc.
A minha frustração com a sociedade em geral não me exclui de responsabilidades e me isola nem me torna melhor que outros, mas dedididamente não tenho algumas das piores carateristicas que observo em muita gente á minha volta.
Frank Sinatra tem muitos exitos, mas há um icónico que é omnipresente nas sessões de karaoke pelo mundo fora. Basicamente toda gente gosta de cantar esta música, porque é a assunção da auto análise e orgulho de percurso de vida...i did it my way...é o refrão perfeito para nos emocionarmos pensando no nosso percurso de vida, e como todos em regra, apesar de assumirmos ter cometido erros, temos necessidade de justificar nosso percurso de vida, garantindo que apesar de tudo... fizemos as coisas á nossa maneira.
Ouvindo a letra da musica, refleti sobre muita gente que ao meu redor tem o complexo Frank Sinatra...acha que apesar de tudo de bom ou mau que fez na vida ...fê-lo á sua maneira.
Mas essa expressão dita de peito inchado e com orgulho é muitas vezes uma treta.
Fizeste á tua maneira...mal, achas que esse orgulho torna o que fizeste bem? Tu que achas e constantemente apregoas que és boa pessoa só o dizes para te convenceres, porque a prática é diferente.
Na verdade um dos males da nossa sociedade actual,é não fazermos uma auto análise honesta connosco próprios, achamos sempre que somos melhores do que realmente somos, apregoamos loas sobre como somos porreiros, e depois espezinhamos, humilhamos as pessoas que nos rodeiam, e nunca paramos para perceber isso, continuamos a enganar-nos a nós próprios.
Somos mesquinhos, não amadurecemos mesmo com mais de tres decadas de experiencias de vida,essa experiência não nos deu discernimento para perceber o que realmente é importante na vida, os afectos, a integridade, a lealdade a quem verdadeiramente merece.
Preferimos viver nos nossos traumas de vida e convicções muitas vezes apenas teimosias que insistimos em achar que são ...orgulho de viver á nossa maneira.
Considero auto análise fundamental, mas uma auto analise séria, que nos permita assumir erros e o que podemos e devemos corrigir.
Enquanto insistirmos em enganarmo-nos e tentarmos convenver-nos que somos o que não somos, sofreremos sempre do complexo de Frank Sinatra...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Portugal Hot

É habitual nas conversas entre Homens e Mulheres, falar-se frequentemente em beleza exterior e interior das pessoas.
Uns são impulsivos e vão atrás de um bom "rabo" ou um decote promissor, outros preferem ver qualidades como personalidade, carisma, e caráter ( o que designaríamos nesta metáfora como o interior versus aspecto físico).
Metáfora, porque dei por mim a pensar, que Portugal hoje em dia, é para mim aquela mulher voluptuosa, curvilínea e de tirar o fôlego ao mais reservado espécime masculino, mas cujo Homem que encantado e seduzido pelo aspeto inicial, após iniciar relação mais próxima e pessoal, descobre que esse encanto físico, não acompanha uma personalidade, caráter e comportamento humano desta Lusa Pátria cada vez mais " boa por fora, ôca por dentro", senão vejamos:

Portugal é hoje um País da moda, a "Sofia Vergara" que todos queriam casar ou possuir, temos hoje as cidades sexy da Europa ( consecutivamente eleitas destino europeus do ano) - Lisboa e Porto.
Temos o secretário geral da ONU António Guterres, o Presidente do Eurogrupo Mário Centeno, o melhor jogador do Mundo de futebol- CR7, o melhor jogador mundo de futsal Ricardinho, somos Campeões europeus de futebol, temos das melhores gastronomias do Mundo, temos ilhas fantásticas como a Madeira e os Açores, praias e regiões turísticas preferidas de muitos estrangeiros-Algarve e Alentejo.
Somos hoje destino de estrelas até para viver: Madona, Monica Beluci ( o meu modelo de mulher perfeita se esse conceito existisse) o actor Michael Fassbender, a actriz brasileira Paolla Oliveira, etc.
Temos uma cultura e história fascinante, Descobrimentos, museus e monumentos de qualidade, uma rede transportes e vias de comunicação modernas em território pequeno e de fáceis acessos, um custo de vida acessível , ótimo clima e um País excelente para compras e "recuerdos", sapatos e roupa de qualidade, produtos alimentares do melhor do mundo, queijos, enchidos, vinhos, cortiça, etc

Esta "Mulher Lusa" é hoje uma mulher cobiçada, a metáfora do País tem até exemplo feminino equiparável, pois acompanhando o País da moda, temos até uma modelo da moda- Sara Sampaio.


O problema, é que "o Rei vai nú"...neste caso Portugal
Depois de nos apaixonarmos por "esta mulher atractiva" conseguimos convencê-la a sair e depois a namorar, e descobrimos que todo aquele esplendor físico, aspecto deslumbrante, não acompanha "o interior" desta voluptuosa e bonita Mulher.
Com o tempo, todos os predicados atrás descritos são minimizados, face a uma personalidade de aparências, de uma personalidade ôca e um caráter no minimo duvidoso, senão vejamos:

Temos um País em que as desigualdades são cada vez maiores, onde os governantes são corruptos ( um primeiro ministro preso) deputados que não defendem os círculos pelos quais foram eleitos, e rapidamente se vendem ao poder centralista da capital e do poder ( um ex deputado  até de assassino é suspeito de ser- Duarte Lima).
Temos Banqueiros que destruíram centenas de famílias, de vidas a pessoas que arduamente trabalharam toda uma vida, para que estes escroques, tenham criminosamente destruído as poupanças de uma vida inteira a essas pessoas.
Banqueiros esses, que só puderam fazer as atrocidades que fizeram com a conivência de toda uma classe politica.
Temos uma grande parte da sociedade podre, que valoriza hoje em dia, o poder, a riqueza e o sucesso a todo custo, basta ver a bajulação que se dava "ao dono disto tudo" Ricardo Salgado por toda a elite e classe politica dirigente.
Uma sociedade que se vai descobrindo, promover personalidades "medonhas" que muitas chegam a lugares de destaque em associações supostamente de cariz social e humanitário, e se vem a descobrir, viverem faustosamente e criminosamente, á custa da bandeira de ajuda a crianças deficientes ou com doenças raras.
E digo,..." descobrindo"..., porque a vida sempre me ensinou, que quando se descobrem algumas coisas, muitas outras ficam por descobrir.
As figuras publicas e famosos, que por muito que clamem ter direito á privacidade, têm obrigações de cuidados públicos face a serem modelos de comportamento, mas só supostamente.
A podridão dos comportamentos do casal Bárbara Guimarães Manuel Carrilho é um exemplo de como as revistas côr de rosa, as redes sociais, que projectam vidas perfeitas, tudo perfeito, e depois, percebemos que os casais de bairros sociais, têm muitas vezes mais dignidade nos seus pecados familiares que a "suposta elite" .
Temos um desporto rei, futebol que é dominado nos últimos anos, por uma ditadura,uma PIDE de comunicação,que vicia resultados, controla árbitros, trafica inflûencias de forma totalitária,Presidentes de clubes que se servem da sua posição para conseguirem atingir verbas de crédito adquirido, estratosféricas ( quase mil milhões) verbas que nunca teria conseguido se não fosse Presidente do clube dos 6 milhões de votos (supostamente), e que de forma vergonhosa tem habitualmente a seu lado no camarote presidencial o primeiro ministro, ministro das finanças sendo este Presidente um dos maiores devedores ao Estado a titulo pessoal.
Somos um País, onde um cidadão é preso por não pagar centenas de euros ao Fisco ( por não ter como pagar), mas deixa em prisão domiciliária ( residência de luxo) o responsável pela destruição das vidas de milhares de cidadãos trabalhadores, e "roubou" Milhões, e milhões a todos os Portugueses, pois tivemos todos que resgatar bancos, cujos dirigentes tiveram condutas criminosas.
Somos um País que deixa morrer 100 pessoas num fogo, como se estivéssemos no tempo de Nero, justificando extra fenómenos naturais, a falta de meios, mas pagamos milhões, mais milhões, mais milhões a Parcerias público privadas.

Somos belos por fora e pôdres por dentro, enquanto os machos desse mundo, continuarem a procurar-nos pelo "tesão da bela Lusa" continuaremos a ser o País da moda, mas como todas as belas Mulheres, o tempo passa, a beleza exterior também, quando a "Bela Lusa" tiver mamas descaídas, rabo amolecido, e rugas na face, será tarde para convencer os de fora, que as qualidades "interiores" suprirão a falta da beleza exterior.


sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Individualismo como inevitabilidade

A nossa vida é aquilo que nós escolhemos para ela? Nem sempre. Existem opções, decisões em ultimo caso, que somos nós que a tomamos, mas isso não quer dizer que tudo que nos acontece, é fruto das nossas decisões e somos totalmente "donos do nosso destino".
Exemplo, eu na minha análise "da crise da meia idade" (ali por volta dos 40) decidi, que daria total prioridade no resto da "outra meia idade" aos AFECTOS, porque na voracidade da adolescência, idade adulta, tudo foi muito fugaz, rápido, vivido de forma ofegante, sem visão madura, de que os projetos passam, as pessoas ficam.
Conhecem-se centenas de pessoas, mas poucas ficam verdadeiramente na tua vida.
O problema é que na vida, as intenções, podem passar a ações ( e eu concretizei em ações as intenções da auto análise) mas tem o outro lado...as pessoas.
Para dançar tango são precisos dois, e de nada adianta...intenções, quando como dizia Rui Veloso ( ou melhor Carlos T) ..." não cantamos a mesma canção"...
A actual sociedade ( pelo menos a Portuguesa) está decididamente, tomada por valores individualistas, egocêntricos, materialistas, onde a prioridade do sucesso, "do parecer bem", se sobrepõe á lealdade das relações, ao companheirismo aos sentimentos genuínos.
Coloca-se pois, um dilema quando te confrontas com a tua vontade de priorizares "afectos" quando as pessoas te frustram intenções.
Ou qual Jesus Cristo, dás "a outra face" e tentas de novo, ou mesmo não sendo opção consciente e desejada, voltas para o teu individualismo, que muitos podem julgar, ser um padrão e característica tua, mas não é...é apenas um refúgio e defesa para não continuares a "desiludir-te" com pessoas em quem acreditaste, serem boas apostas de afectos, que ficariam para resto da tua "meia idade".
A outra opção, é achares que o problema é teu, porque se tantas situações, já aconteceram, o problema está em ti... ( ai o que conta, é a tua honestidade intelectual para contigo próprio)... deves ser rigoroso na análise, mas não deixares de acreditar nos teus valores e princípios.
Recentemente, aderi a uma nova rede social- o twitter em deterimento no volume de uso do facebook, exatamente, porque ao longo dos anos, percebi, que no facebook, maior parte dos usuários, fazem dos seus perfis ...páginas côr de rosa, onde tudo soa a falso, ou pelo menos apenas mostra o lado glamoroso de suas vidas, muitas das vezes, ocas e sem conteúdo.
O Twitter tem a vantagem das pessoas se escudarem em "avatares" e personagens incógnitas e poderem dizer o "politicamente  incorreto", e eu estou de facto saturado do " politicamente correto" e do mundo social cor de rosa. De salientar, que não se trata de me separar deste cenário, como "virgem inatingido", pois assumo, que muitas vezes me deixo influenciar por este ambiente do (parecer bem e politicamente correto).

Como estamos no inicio do novo ano, e esta passagem foi para mim, verdadeiramente ...ano novo vida nova...fica a promessa e a intenção ( vale o que vale)... de ser eu próprio e continuar a acreditar que vale a pena apostar nos afectos...mesmo que "cicatrizes no teu corpo" te lembrem do contrário.
ANTES INDIVIDUALISTA QUE EGOISTA E EGOCÊNTRICO...