domingo, 27 de agosto de 2017

Geração traumas

Geração trauma
Eu pertenço á geração q acumula traumas que se refletem no que somos hoje.Trauma da educação conservadora de Pais 25 Abril, trauma da geração rasca, trauma do deserto tecnológico pré 90,face ao mundo digital pós 2000.Eu sou da geração dos Pais que mantinham relações matrimoniais por educação católica e por amor aos filhos, eu sou da geração que actualmente se divorcia porque não lida com ressonar do parceiro.Sou da geração que vive frustrada com o que não fez, mas continua refém do que faz. Sou da geração onde o egocentrismo e individualismo, supera os afectos e onde o orgulho e status social é um sentimento mais importante do que tratar bem de quem gosta nós.
Sou da geração do meio termo, não somos modernos mas também não nos consideramos "conservadores", sou da geração que passados 20 anos de termos sido estudantes, continuamos a ser praxados e não percebemos que estamos na última metade da vida,eu sou da geração que têm dificuldade em expressar e admitir os traumas de 40 anos de vida, mesmo aparentando termos vivido apenas 20...
Eu sou de uma geração adiada, que vive em função de aparências, e não sabe expressar sentimentos, esconde frustrações, mas é feliz no facebook.
Sou da geração que acha que o sucesso profissional e acumulação de riqueza é tudo na vida para muitos, mas cuja podridão moral não os faz melhores pessoas.
Sou da geração, que devia perceber que o Mundo é mais do que esta "aldeia" em que vivemos, mas que não percebe que, não é fazendo um low cost de 3 dias, que os horizontes se alargarão.
Sou da geração que ainda acredita, que podemos ser melhores pessoas, mas sozinhos não podemos.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Vida numa Música- parte 4- Stupid Girl

https://www.youtube.com/watch?v=c7T_lXB9U-ghttps://www.youtube.com/watch?v=c7T_lXB9U-g


No inicio dos anos 90, iniciava-se um novo ciclo na minha vida...saia da minha zona de conforto ( havia vivido até ai com os Pais numa aldeia perto de Águeda- havia concluído estudos secundários, e seguia-se a Universidade.
Sair de um ambiente familiar, algo provinciano (com tudo de bom e mau que tem) de aldeia, para ir viver sózinho para a grande cidade era de facto um novo capitulo.
Trazia ideais e educação das melhores, mas num ambiente tão especifico e genuíno que obviamente o choque fazer-se-ia sentir.
Começa a aprendizagem dura de uma realidade fascinante, mas ao mesmo tempo cruel, de um mundo em que percebes, que não adianta dares murros em paredes, elas não respondem nem sentem,apenas te trazem dor...Acho que essa aprendizagem dura até hoje, mas se podes amadurecer e aprender com as experiências da vida em cidade, melhor.Com  pessoas vindas de todo País, cada uma com ideias, experiências de vida diferentes, com a Universidade quer Académica, quer da vida, ficas a perceber, que ou mudas, ou serás esmagado pela engrenagem da realidade do cinismo, e do mundo onde o faz de conta e parecer são reis.
Não quer isto dizer, que a Universidade e grande cidade não tenham coisas boas, no fundo as grandes cidades são o reflexo da amálgama das diferentes partes do País ( pois confundem-se, o cruzamento dos originais citadinos com os "migrantes" provincianos ou de outras regiões do País).
Para de vez, o discurso negro da experiência citadina, ser ultrapassado pelas energias positivas, chegado ao Porto, concretizam-se também sonhos e experiências únicas, além dos Professores, curso e uma liberdade total para fazer tudo que em 18 anos de vida estava limitado, chego a Presidente da Associação Académica da Universidade onde estudei, abrem-se portas a experiências inesquecíveis:
-- Organizar eventos memoráveis, lidar com grandes empresas, ter acesso a tudo via parcerias, permutas ( cinema, lojas, carros etc)viajar, perceber como o dirigismo era embrião de possíveis carreiras politicas ( com a inevitável hipocrisia e cinismo que tal exigia, e que me impediu de seguir tal caminho-carreira politica digo, pois não tinha estômago).
Neste processo, faço uma dupla de sucesso com o meu Vice Presidente da associação- Serafim Resende, eramos diferentes mas completavamo-nos, eu o tipo da comunicação, persuasão, dinâmica ele o tipo das finanças, dureza na negociação, sentido prático, quando opostos úteis se juntam,as coisas só podem correr bem.
Tudo isto a propósito da união da Música com as nossa vidas...por esta altura, a mudança de ciclo da província para a cidade, também teve analogia musical, da diversidade e riqueza dos anos 80, do pop rock, aos anos 90, em que me iniciei com o rockpop industrial e eletrónica e mais tarde o lounge, e musica de fusão, como tudo tem um inicio, diria que este inicio, ironicamente, teve a ver com esse meu dito Vice Presidente da associação Serafim, que me apresentou ainda que acidentalmente ( numa das viagens no seu Peugeot 309, ouvi pela 1º vez Garbage)...
Stupid Girl tem uma batida única e inesquecivel, e perguntei logo o que era aquilo...
Não só, foi o inicio de uma aprendizagem musical nova, pós 80's como aquela musica representa um prototipo de raparigas que durante década de 90 e 2000's encontrei muito ( ainda encontro).

Há pouco tempo, vi no you tube um documentário precisamente, em que os Garbage explicam esta musíca Stupid Girl e de como Shirley Manson a vocalista, diz que anteciparam há 20 anos um estereotipo que se mantém actual... para ajudar a uma melhor compreensão da letra, desta vez faço a tradução diretamente para Português de parte da letra STUPID GIRL/Garbage

" Pretendes que estás drogada...pretendes que estás entediada, finges que és alguma coisa apenas para seres adorada, e o que tu precisas é o que irás ter...Sua garota estúpida, tudo o que tinhas desperdiçaste, não acredito que fingistes isso tudo...não acreditas no medo, no amor, não acreditas em ninguém que não domines...

Que actual é esta letra depois de 20 anos...vamos acreditar que não é preciso viver no Mundo do ...Pretender...fingir...fuck  what society expects from you...be yourself...

quinta-feira, 13 de abril de 2017

https://www.youtube.com/watch?v=ge3IhQKLU2Y

A Vida numa Música-Parte 3 --- Bem que se quis

O Papel da Música no Amor ou relacionamentos.Sou dos que sou mais de melodia que  letra das Músicas. No entanto, tal não quer dizer, que não dê importância e atenção ás mesmas. Pelo contrário, quando uma música acumula uma boa melodia com uma letra de qualidade, essa música é para mim uma obra prima, sexo culminado com  orgasmo.
Acredito que no capitulo da importância da Musica no amor e relacionamentos, eu não seja propriamente uma "lança em África" e presumo que muitos se revêem na minha visão da "coisa".
Quando estamos envolvidos emocionalmente com alguém, principalmente quando temos desilusões de amor, ou não somos totalmente correspondidos, muitas musicas e principalmente letras, correspondem quase na perfeição ao que acreditamos sentir.
Quantos de nós, aquando dessas situações de pós separações, ou períodos conturbados emocionais,não vamos a conduzir ou ser conduzidos, e escutamos na rádio uma música, e começamos a "reconhecer" a nossa história emocional com a letra cantada?
Quando se diz que nos relacionamentos, cada caso é um caso, dizemos um clichê ainda que verdadeiro, redudante, pois, também é verdade, que apesar das especificidades de cada relacionamento, há padrões que facilmente nos conseguimos rever, depois é perceber que a nossa "alma amargurada" apenas precisa de ouvir umas letras que vagamente coincidam com nossa experiência, e...voilá...sentimos que aquela música qual destino passou exactamente no momento em que estamos a viver experiência emocional dolorosa,

Uma das musicas que quase de certeza muitos de nós já nos revemos em experiências pessoais, é o "Anel de Rubi" senão vejamos a letra:
Tu eras aquela que eu mais queria, para me dar algum conforto e companhia...
Putzzz pensamos logo, pois, exatamente o que eu penso...ora ai está uma musica que me faz logo pensar na...Graciete ....ou na Deolinda ( estou com veia para nomes hem)
Ai o que eu passei só para te amar, a saliva que gastei para te mudar, mas esse teu mundo era mais forte do que eu... ( Putzzzz em cheio outra vez, ela era exatamente assim teimosa que nem uma mula, facil perceber que esta letra é a minha relação...ai,ai

Depois vem o climax da letra.... "mas tu não ficaste, nem meia hora, não fizeste um esforço para gostar e foste embora, contigo aprendi uma grande lição..não se ama alguém que não ouve a mesma canção...uiiiii ai quase vamos ás lágrimas, aquilo é tudo que representa a nossa frustração, e achamos que há algo de karma, em termos por coincidência sintonizado a rádio justamente naquela musica, e achamos que há algo de cósmico em tal sintonia...a pôrra é que sempre que no futuro ouvirmos de novo a música, nos vem de novo á cabeça a Graciete ou a Deolinda..sacana deste Rui Veloso.

Mas a coisa também se aplica com os Herois do Mar, quando dizem ...só gosto de ti,porquê?não sei...mas tu estás bem assim e eu também... de facto porque é que eu gosto desta "gaja"? não sei, mas olha estou bem assim, e ela pelos vistos também...ai,ai...

A coisa também funciona se formos bilingues, e soubermos inglês
Mesmo que a musica seja vaga, e sem conexão, basta o ambiente lamechas da musica e uma letra ambigua e ....catrapum bate de novo o...isto é o que eu estou a passar...
Um bom exemplo é o Fix You dos Coldplay, musica com ambiente sentimental e uma letra que pode querer dizer tudo ou nada....
When you try your best but you dont succeed,when you get what you want but not what you need...and the tears come streaming down your face, when you loose something you can't replace...when you love someone but it goes to waste..could it be worse?

Agora vem a parte da autoajuda....lights will guide you home, and i will try to fix you....
ok, isto é para mim, pensamos...
Há aquelas musicas que funcionam  porque algures no inicio da relação tocou essa musica quando estávamos com ela...e passou a ser...a nossa musica

E depois há a musica ...wishfull thinking ...a relação que não temos mas gostaríamos de ter:
A Marisa Monte tem uma que encaixa na perfeição- bem que se quis
.... E o que é que a vida fez da nossa vida?O que é que a gente não faz por amor?Já me esqueci de te esquecer, porque...o teu desejo é o meu melhor prazer e o meu destino é querer sempre mais...a minha estrada corre para o teu mar...agora vem para perto vem,que quero sentir teu corpo pesando sobre o meu, vem meu amor, vem para mim, me abraça, me beija e me faz esquecer...

All we need is Music, love is all we need

sábado, 25 de março de 2017

A Vida numa Música nº 2- Se cá nevasse fazia-se cá ski


https://www.youtube.com/watch?v=wau6-qDxRy4

Não sou do tipo saudosista, do slogan "ó tempo volta para trás" mas concerteza cada época tem seus encantos e memórias, não tenho problema em confessar que os anos 80 são a década que me marcou mais, porquê? Porque depois dos 90 é mais dificil, recordarmo-nos de tantas diferenças, de ambientes tão específicos. Talvez o facto da passagem da adolescência para a idade adulta, seja marcante, mas basta irmos aos álbuns de fotografias da época ( quem não se lembra das Kodacs), para percebermos como especial era essa época, nunca mais me verei com calças á boca de sino.
O País, estava estagnado, não tínhamos estradas, transportes, a tv era a inicialmente a preto e branco, com mira técnica, só umas horas por dia, que "religiosamente aguardávamos" para ver programas, que só nossa geração se tem noção dos "icones que foram": Sitio do Picapau amarelo, o Tal canal com o génio da altura do Herman e do seu Tony Silva,  Homem da Atlântida, Tom Sawyer, Abelha Maia, Marco, Era uma vez..., Buck Rogers, Galactica, Espaço 1999, Soldados da Fortuna, Zé gato, enfim havia menos programas, opções, mas talvez por isso, os programas marcavam mais...continuo a adorar tv de qualidade...mas a memória não é tão marcante.
Apesar de angló-saxónico musicalmente, até na música Portuguesa, as memórias são marcantes...quem não se lembra dos Jafumega..a ponte é uma passagem para a outra margem..., ou GNR nas Dunas...ou Rui Veloso qual milhafre ferido na asa...ou os Grupo de baile...as raparigas das escolas secundárias, já fumam ganza na paragem do electrico...ou os Trovante com a inesquecivel, Florbela Espanca...ser poeta é ser mais alto, morder como quem beija...
Que grande música Portuguesa se fez cá pelo Burgo...ao ponto de, se hoje me dissessem, que uma tipa que tenho verdadeiro "asco" e animosidade, chamada Manuela Moura Guedes, teria cantado uma brilhante musica nos anos oitenta, eu diria que era tanga e só se fosse naquelas galas pimba da TVI em que os pivots do canal dão uma de músicos de trazer por casa,acreditaria, mas não é que era verdade, e apesar da autoria da letra ser do inspirado MEC, a na altura moça ( hoje um inchaço de botox) esteve bem e marcou-me com uma melodia deveras marcante, com ...Foram Cardos foram prosas...
Mas se há musica que me marcou, pela singularidade, pelo facto da banda nem sequer ter tido grande exito ( os Salada de frutas) mas cujo malha poderia perfeitamente ser lançada hoje com total actualidade e sucesso, foi o ...Se cá nevasse, fazia-se cá ski...nunca mais me esqueci desta cacofonia marcante do... fazia-se cá ski,...e uma vez mais a mente é prodigiosa e tortuosa, pois, sem haver ligação lógica, sempre que ouço esta música, lembro-me do meu Tio Zé Mendes, figura singular da minha infância, num casamento, a explicar a uma das pessoas que se havia sentado connosco na mesa do casório, como fazer para com o garfo, acertar numa "atrevida Azeitona" que teimava em escorregar ao dente do garfo do Senhor... dizia ele num ar sério ( nunca ninguém sabia quando ele estava sério ou a brincar)...meu caro, primeiro você tem que cansar a azeitona ( enquanto rolava com o garfo a azeitona de um lado para o outro do prato, sem nunca a tentar espetar)...agora que ela está cansada, ai sim, você ataca ( e nessa altura, num agil movimento de cima para baixo, espetava a azeitona com o garfo levando-a sarcasticamente á boca, enquanto o pobre do Homem olhava atentamente, pensando no inicio da intervenção do meu Tio, que algo de relevante lhe iria ser revelado...mas no fim foi, só...se cá nevasse fazia-se cá ski...Grande Zé Mendes...

terça-feira, 14 de março de 2017

A Vida numa Música- Against all ods

https://www.youtube.com/watch?v=uVjEcIANv1o

Estamos a meio da década de 80, eu sou um pré teen ager, vivendo na provincia, num País pouco mais que subdesenvolvido, em que a TV era a porta para o Mundo ( a internet da altura), e em que as coisas simples, eram ampliadas e vivenciadas como o meu centro do Mundo, como estar na cave da casa dos meus Pais ( tantas memórias e tantas horas da minha vida)a ouvir por horas e horas, primeiro discos de vinyl ( 20 super exitos, 22 superbombas, Julio Iglésias, Rafaela Carrá, Demis Roussos, Abba etc, etc) tudo discografia dos meus Pais, e nem tudo era mau...Era altura do Top Disco, esperar pelo dia do programa da tv e fazer da divulgação da lista, como se de um jogo de futebol se tratasse, torcendo para que minhas musicas favoritas, estivessem nos 1ºs lugares do Top, vibrava com a subida de lugares do Wouldn't it be good ou The Ridlle do Nick kershew, ou Girls on Film ou Rio dos Duran Duran (minha 1ª banda favorita na adolescência, tendo depois de ir para ensino secundário amadurecido e escolhido os Dire Straits como melhor banda do Mundo e arredores).
Eram os tempos de aproveitar as coisas banais como ver um jogo de futebol, dar na tv era um acontecimento (  muito poucos jogos eram transmitidos em directo, acompanhar um Mundial de Futebol era um acontecimento, recordo-me perfeitamente do Mundial do México, depois de  Portugal entrar em grande com vitória sobre a Inglaterra, e perder para Polónia, precisarmos de bom resultado com Marrocos e o jogo ser á noite e minha mãe, já me ter deitado, eu ter escondido um radio a pilhas debaixo da cama, e depois não funcionar, e eu desesperar por saber o que se estava a passar,e perceber mais tarde, que haviamos perdido para os Mouros ( e estes eram os genuínos, não os da 2ªa circular).
Há coisas na nossa memória que não são explicáveis, porque razão, tive minha primeira memória enquanto ser humano ( com dois, talvez três anos) ao colo da minha mãe, numa casa antiga da minha avó, perto de um contador da luz, e com uma banana descascada na mão ( fruto por quem nunca morri de amores)? De facto não foi propriamente um acontecimento marcante, nem de relevância que pudesse justificar, minha primeira memória, mas o cérebro tem escolhas inexplicáveis, e há memórias irrelevantes que ficam e outras marcantes que nem por isso.Concerteza uma que ficou era eu martirizando minha irmã mais nova, sabendo que ela tinha um medo e pânico por um videoclip do Billy Ocean- Loverboy, que tinha uns monstros e andar a cavalo por uma praia, eu de propósito, chamava-a inocentemente á sala quando estava exactamente a passar essa parte do videoclip, enfim infantilidades do irmão mais velho... Uma musica que percorreu toda a minha adolescência e pós, foi Against all Ods do Phill Collins, mais que uma bela balada, cantada com feeling pelo Phil, esta musica foi sempre um símbolo para mim, das festas de garagem esses encontros míticos entre rapazes e raparigas da minha geração, onde a musica slow, era a banda sonora de umas tardes bem passadas, nas casas dos Pais de alguns de nós, que estavam fora e de repente se transformavam numa boite escura, apesar do sol lá fora, ambiente escuro esse, propicio á utilização da táctica da "leitura em Braille" nos corpos das mocinhas, ouvindo cassetes BASF e TDK de 90m supostamente gravadas só com slow's, musica para constituir família...como dizíamos na altura, mas que por esquecimento, lá para os 70m era interrompida por umas gravações esquecidas de ACDC e Aerosmith, mas ninguém parava de dançar slow, mesmo ao ritmo de heavymetal ou hard rock...sacanagem como diriam meus amigos brasileiros...
Against All Ods o "rosso" continuava ( para quem não conhece o termo, rosso, acto de rossar em algo, friccionar, ato de friccção entre dois objetos ou pessoas....rsrsrsr não era malta da geração das festas de garagem?

segunda-feira, 13 de março de 2017

Vida numa Música -Inicio

Sou um individuo sem nenhum talento para tocar instrumentos, nem cantar, ainda que cante razoávelmente, não seria nunca um bom interprete, pois não tenho capacidade de memorização de letras.
Concentrei meus predicados num bom ouvido ( consigo identificar uma música e seu artista ao 1º acorde, em regra)
, e no que considero boa amplitude musical, desde pequeno mesmo sem educação musical familiar, os Pais permitiriam-me acesso a toda a música, quer via rádio, quer através da disponibilização de boas aparelhagens e sobretudo através de amigos mais velhos que me foram educando, para novos géneros de música, além do que ouvia na década de 80 na Rádio e TV.
Gonçalo um amigo da Secundária, dois anos mais velho e também mais maduro musicalmente, introduz-me na musica menos comercial: Dire Straits, Pink floyd, Supertramp, era muito mais Prince que Michael Jackson, mais Springsteen que Wham, mais The Cure que Madonna...nada disto invalida que se fez muito boa musica comercial nos anos oitenta, e porque não confessar os "guilty pleasures"... em ouvir Human League, Duran Duran, Prefab Sproubt, Nick Kershew, etc..
Anos noventa, são uma década que musicalmente não me marcando tanto, me traz maior maturidade musical, apesar do movimento de Seatle (Nirvana, Pearl jam etc) não me ter marcado muito, há também boa musica, marcaram-me artistas como Bjork, Coldplay, Keane, Radiohead, Dos 90 até agora, foi a descoberta da géneros mais alternativos e de fusão: Acid Jazz, Lounge, Bossa Nova New Wave, RN'b, Soul, Crooners foi toda uma descoberta de musica de fusão e vários estilos que me abriram novos horizontes, e me iniciaram na actividade de DJ.
Mas para mim, a musica é muito mais que a simples arte de audição, sons dançáveis, forma de expressão artística, para mim, a musica pode ser tudo que nos faz viver:
Musica como memória de uma época, pessoas, locais, moda e indumentárias de época, Música como forma de nos identificarmos com uma letra,  forma de expressão política, lembrança de um amor, uma Mulher, período académico universitário, memórias aleatórias de situações, família, amigos, coisas importantes, coisas aparentemente insignificantes, mas que ficaram associadas a uma música, uma letra, uma melodia, um som guitarra, um acorde, um rife... No fundo a musica é para mim uma moldura de um quadro que representa a vida, e que me traz memórias, recordações e associações.
Tenho uma paixão pela Rádio, trabalhei e dirigi uma Rádio Universitária, e consegui realizar alguns projectos e programas, mas sempre quis ter um programa em que a Musica fosse apenas a tela que emoldura uma pintura, e nunca o pude fazer.
Vou pois, usar este blogue para tentar de forma "adaptada" fazer um modelo aproximado mas versão escrita e sem áudio, mas desafiando que sempre que vá lançar um artigo ( não querendo regularidade fixa, pretendo semanalmente lançar um artigo).
Esse artigo, terá sempre como "rastilho" a escolha de uma ou duas musicas, por artigo, que me marcaram, mas mais que escrever sobre a musica, escreverei sobre as recordações, associações e ideias que essa musica me traz, solicitando no entanto a todos os que me honrem com sua leitura, simultâneamente enquanto leiam que ouçam os temas que "linkarei"...