quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Mundo ao contrário

O Natal provoca em mim sensações diferentes, penso eu,que, das pessoas em geral.
Gosto da iluminação e reunião familiar, mas longe vão os tempos de excitação com segredo das prendas, o ambiente casa com árvore iluminada, e os rituais religiosos.
Ironicamente hoje em dia, o Natal em mim provoca-me uma invariável e fatal reflexão existencial e introspecção típicas da Quaresma mas que eu tenho no Natal.
Eu já escrevi sobre minha relação ambígua com Portugal e minha cidade do Porto, amo Porto nem tanto os portuenses, julguei após período de emigração temporária para o Brasil, que o País e essencialmente as pessoas tivessem evoluído, até porque após o período coincidente com crise e minha saída para Brasil,o crescimento do País e cidade pressuporia um melhor estado de saúde mental.
Lamentavelmente não, pelo contrário, as pessoas estão genericamente ( nunca podemos generalizar mas falo sempre das minhas experiências pessoais) desequilibradas emocionalmente.
Se fosse um exemplo ou dois, mas, ou eu, sou um polo de atração de pessoas desequilibradas ou o problema é meu, que vejo a realidade ás avessas.
Quando pessoas próximas deixam de falar contigo por motivos inversos, o mundo está ao contrário.
Por inverso, explico , ser eu a ter motivos para me chatear e receber em troca afastamentos;
Desde alguém me pedir um favor, de a transportar a uma cidade próxima por estar sem viatura, na véspera á noite, tendo eu q após um trabalho fatigante acabado madrugada, acordar dia seguinte cedo, para levar essa pessoa.Chegado á morada combinada, a pessoa não aparece, não dá satisfação e nem atende chamada minha, e para meu espanto, deixa de falar comigo posteriormente.
Outra pessoa próxima arranjo-lhe um serviço numa época em q a pessoa está desempregada, enquanto eu estou a fazer outro,essa pessoa foi informada que poderia jantar com staff nesse serviço, pois eu havia combinado previamente com empresa catering, preocupado enquanto eu fazia meu serviço ligo para saber como estavam as coisas, e sou informado pelo meu "amigo" que estava a jantar num restaurante próximo porque não esperou pela refeição com staff.
Disse lhe que não fazia sentido pagar lhe essas despesas se lhe havia garantido refeição.Não tenho certeza que terá sido por isso, mas a verdade é que também esta pessoa deixou de falar comigo.
Quando completas triologia , com alguém ainda mais importante e chegado, que sem qualquer zanga ou desentendimento, resolve qual antigo ícone machista portuga, "sai para ir comprar cigarros" e não mais volta ...ficas a pensar que se não tiveres personalidade e estofo, assumes que o problema é teu, pois um acontece, dois até pode ser, três é problema teu.
Como sou alguém que já passou por muito, e sei reconhecer defeitos mas também não engulo responsabilidades alheias, concluo:
Este meio onde vivo, está ás avessas e ironicamente a minha melhor fase profissional e de projetos pessoais, é contrabalançada por definitivamente não me identificar com o cenário social ( genérico, não particular) do meio onde vivo, saudades desse aspecto da vida carioca, mas como não há o melhor de dois mundos, vivamos com o que temos, com personalidade mas consciência ...mesmo que o Mundo esteja ao contrário.

terça-feira, 26 de março de 2019

Dilemas de vida

A vida são dois dias e um já passou, é um chavão que costumo usar, para passar a ideia, que deveríamos mesmo aproveitar o que nos falta de vida, porque nunca sabemos, se amanhã,já cá não estaremos ou adoeceremos e deixaremos de fazer coisas que hoje não valorizamos, mas acharemos fundamentais depois.

O tempo é um punhado de areia que escorre entre nossas mãos, e cabe-nos dosear a rapidez com que deixamos a areia acabar, por exemplo, já não escrevia aqui há mais de meio ano, e fui ver histórico deste meu blogue e artigos catárticos e de auto reflexão, e percebi que já tenho mais de 6 anos de reflexões que têm um padrão, mas evoluíram fruto de algo inevitável...a vida...
Essa caminhada é feita de aprendizados, quedas, e percepção que tu como indivíduo, não tens sequer domínio sobre a tua vontade.

Exemplo disso foi que aquando da chegada aos quarenta, fiz uma auto análise onde defini o que precisava melhorar para me concretizar e melhorar como ser humano na segunda metade de vida.
Foi fácil concluir que eram os afectos que precisavam dominar as minhas prioridades de vida.Dito e feito, achei que era algo dentro das minhas possibilidades de controlo.
Sim, o ter passado a esforçar-me por procurar amizades e afetos e sem dúvida encontrar parceira de vida foi o culminar dessa prioridade.
A vida é como é, e passados alguns anos,esta, quebrou-me, dobrou-me não porque não continue a considerar afetos fundamentais, mas porque como ser humano preciso da interação com pessoas e infelizmente com quem lidei, os afetos são secundários, primeiro estão os desígnios pessoais, as prioridades delas não são as minhas e nesta fase da minha vida um dilema me assola :
Conseguirei persistir nessa minha vontade mesmo quando consecutivamente as pessoas me desiludem? Ou desisto, e vivo como vivi maior parte da minha vida, no meu mundo, percebendo que é tarde demais, e estou cansado de tentar e acabar frustrado, ou encho-me de fé e insisto em acreditar que vale a pena?
Poderia inclusive suspeitar q a culpa é minha e se tal acontece sucessivamente, é porque também tens responsabilidades?
Concerteza que tenho, mas como sempre lutei e lutarei até ao fim, aceitando o que me cabe, não o que cabe aos outros, o dilema continuará, porque a vida já me ensinou que a minha vontade, vale o que vale, e o caminho faz-se ...caminhando...sem certezas que não, a de que tenho mais um dia, apesar do outro ter já acabado...